Olá, pessoa! Sejam muito bem-vindos ao meu novo espaço, um blog feito para desvendar os múltiplos universos da acessibilidade e da inclusão. E para começar essa nossa jornada, que tal voltarmos no tempo, bem lá no início, para entender como as mãos começaram a falar?
Minha paixão pela Libras não é de hoje, e não vem apenas da minha experiência de mais de 35 anos. Ela vem de uma admiração profunda pela resiliência e criatividade humana. As línguas de sinais não são uma invenção recente ou um “código” artificial; elas são a manifestação mais pura e natural da necessidade humana de se comunicar. Se observarmos bem, em qualquer grupo de pessoas onde a fala não é o caminho principal, os sinais surgem, espontâneos, ricos e cheios de significado.
Os Ecos do Passado: Quando os Surdos Começaram a Deixar sua Marca
Você sabia que a história dos surdos é tão antiga quanto a própria humanidade? Os primeiros registros que temos vêm de civilizações milenares, como o Antigo Egito, a Grécia Antiga e Roma. Não eram tempos fáceis, é verdade. Em algumas culturas, a surdez era vista com desconfiança, por vezes associada a maldições ou a uma incapacidade de aprendizado – uma crença equivocada que, infelizmente, persistiu por séculos. A palavra “surdo” muitas vezes vinha acompanhada da ideia de “mudo”, perpetuando um mito de que, por não ouvir, a pessoa não poderia se expressar verbalmente.
Mas, mesmo em meio a essas visões limitantes, a genialidade da comunicação humana sempre encontrou um caminho. Não é de hoje que as mãos e o corpo se tornam ferramentas poderosas para expressar ideias. Embora não houvesse uma “Libras” ou uma “ASL” (Língua de Sinais Americana) formal como conhecemos hoje, comunidades surdas ancestrais já desenvolviam seus próprios sistemas de sinais, adaptando-se e prosperando. Essa é a verdadeira gênese das línguas de sinais: uma necessidade inata de conexão que desafia qualquer barreira.
Entre a Exclusão e o Despertar da Comunicação
Ao longo da Idade Média e do Renascimento, a percepção sobre a surdez foi um verdadeiro “samba de uma nota só” – ora mais dura, ora com lampejos de compreensão. Em alguns momentos, a pessoa surda era isolada, vista como incapaz de raciocinar ou de ter alma (sim, isso chegou a ser debatido!). Em outros, principalmente com o avanço dos estudos sobre a linguagem, figuras como o filósofo Aristóteles, apesar de suas ideias controversas sobre a surdez, já provocavam discussões sobre o tema.
Mas foi o despertar de um olhar mais humano e investigativo que começou a mudar o cenário. Aos poucos, a sociedade começou a perceber que a ausência da audição não significava a ausência de inteligência ou da capacidade de se comunicar. Pelo contrário! A história nos mostra que, dadas as ferramentas e o respeito à sua forma natural de expressão, os surdos sempre foram capazes de florescer.
Minha paixão por Libras e pela acessibilidade vem justamente dessa ancestralidade, dessa prova de que a comunicação é uma força imparável, que sempre encontra um caminho, não importa o quão difícil ele possa parecer. É por isso que luto por um mundo onde as mãos nunca parem de falar e os ouvidos do coração estejam sempre abertos.
E você, já tinha parado para pensar na longa e rica história por trás das línguas de sinais?
Qual fato te surpreendeu mais?
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